Milhares de empresas estão faturando alto com a divulgação de ofertas e oportunidades exclusivas em apenas 140 caracteres de texto no Twitter.
Com uma legião de usuários cada vez mais cobiçados, agora é a vez de o próprio microblog tirar proveito da fama que ganhou e começar a gerar receita para seus fundadores. Para isso, o site de relacionamento pode ganhar, a partir do próximo ano, uma nova cara que inclui a oferta de ferramentas pagas. Além dos já convencionais banners de publicidade amplamente utilizados por seus contemporâneos, a empresa pretende dar prosseguimento à onda de aquisição iniciada com a compra do serviço de buscas Summize, em 2008, oferecer acesso pago a empresas que quiserem receber informações exclusivas e fazer acordo com outras organizações para licenciar conteúdo e transmissões em tempo real para sites externos. Cogita, ainda, a possibilidade de abertura de capital na bolsa de valores.
Atualmente avaliado em US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,7bilhão), o Twitter não estabeleceu um modelo de negócio para poder lucrar com o serviço. Mas, enquanto não chega a uma fórmula de sucesso, especialistas na área alertam sobre as dificuldades que o microblog vai enfrentar. “Toda a associação de pagamentos em redes sociais é controversa”, avalia Ricardo Fonseca, diretor de planejamento e negócios da PP4D Criatividade Digital, empresa que acaba de lançar sua própria rede de relacionamentos com clientes e usuários. “Esses serviços são pautados na gratuidade e ainda tem outra coisa: as empresas atingem um público de interesse, seus seguidores, por meio de mensagens com promoções exclusivas, lançamentos de produtos e outras estratégias de vendas. O que as levaria a pagar por um serviço que têm de graça e ainda dá retorno?”.
Serviço pago – O cofundador do Twitter, Biz Stone, explica que o serviço pago seria apenas uma alternativa para ingressar na rede social, além da gratuita já existente, como uma “camada especial de acesso”. Entre os diferenciais oferecidos estaria um relatório detalhado sobre o hábito dos usuários, a possibilidade de colocar cartões de visitas ou quaisquer assinaturas nas mensagens, além de receberem um relatório detalhado sobre a repercussão das informações postadas. “A liberação de dados de quem está no Twitter deve ser feita de forma muito cuidadosa. E ainda existe uma regra que estabelece que a pessoa deve ter a opção entre ser ou não abordada, o que reduz em muito o público”, avalia Marcos Toledo, gerente de marketing online da IT Mídia, empresa que tem um site de relacionamento sobre tecnologia e deve lançar mais oito no próximo ano.
A possibilidade de venda da empresa, amplamente cogitada pelo mercado, foi descartada por Biz Stone. “Definitivamente, não estamos interessados em vender a companhia. Se um IPO (sigla em inglês para a oferta pública de ações) for a única maneira, então faremos”, afirmou. Para estrear na bolsa, Ricardo Fonseca acredita que a empresa terá que elaborar uma boa estratégia para atrair investidores. “Eles terão que dar retorno de faturamento, que hoje ainda não existe”, explica.
Outra alternativa que está em andamento é a parceria com empresas para disponibilizar o conteúdo do Twitter em outros sites.
Fonte: Diário de Pernambuco