Firmas bem orientadas tem vida mais longa

Cinthia Scheffer* 

A orientação correta a quem quer se lançar no mundo dos negócios é a melhor prevenção contra a mortalidade das jovens micro e pequenas empresas. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae do Paraná mostra que o índice de empreendimentos fechados nos dois primeiros anos de vida cai pela metade quando as atividades do novo empresário são acompanhadas de treinamento voltado para a escolha do ramo de atividade e para a gestão. Cerca de 50% das pequenas firmas saem do mercado ainda bebês, na média nacional. Entre as que buscaram orientação técnica antes de iniciar suas atividades, esse porcentual cai para 21%.

O Sebrae chegou a essa conclusão após analisar 15 mil consultorias feitas pela instituição entre 2002 e 2004 para abertura de novos empreendimentos. “Todo negócio implica em risco. Mas o estudo prova que a chance de sucesso cresce muito se o empreendedor estiver tecnicamente preparado”, diz o diretor superintendente do Sebrae Paraná, Hélio Cadore. “Apesar disso, apenas 6% das pessoas que chegam à Junta Comercial para abrir uma empresa passaram por algum tipo de orientação.”

No mesmo estudo, o Sebrae apurou que apenas 22% das pessoas que procuram a entidade efetivamente abrem uma empresa depois dos treinamentos. “Nosso papel não é incentivar e sim orientar e preparar que nos procura. Muitos têm a idéia, mas depois percebem a inviabilidade do negócio”, diz Cadore. “O que é bom. Porque sem esse cuidado prévio, elas entrariam no mercado mas provavelmente não se manteriam por dois anos.”

Entre essas empresas bem-sucedidas, quase 80% esperam ampliar seu faturamento e crescer ao longo de 2006, segundo a pesquisa. É o caso do empresário Guilherme Gemin, proprietário de uma oficina mecânica no bairro Santo Inácio, em Curitiba. “Comecei trabalhando sozinho e hoje tenho dois funcionários. Espero contratar outros ainda este ano.” Gemin abriu a oficina há quase dois anos. Passou pelo período considerado mais crítico para os negócios e atribui o sucesso à orientação que teve no Sebrae. “Tinha o dinheiro, mas faltava um direcionamento”, diz.

Assim como Genim, que antes de abrir a oficina não tinha nenhuma experiência como empresário, 67% dos empreendedores que se consolidaram ao longo dos últimos três anos estão no seu primeiro negócio. O superintendente destaca que a maior parte das pequenas e médias empresas é aberta por necessidade do empreendedor, e não pela identificação de uma oportunidade. “A grande maioria das pessoas que procura o Sebrae está com dificuldades de encontrar o primeiro emprego ou foi demitida e precisa encontrar uma forma de ganhar dinheiro”, diz Cadore.

Informalidade

Para Cadore, o índice de sobrevivência das empresas poderia ser ainda maior se, além da preparação prévia, o processo para a abrir uma firma fosse menos burocrático e os impostos tivessem um peso menor no faturamento. O superintendente cita a iniciativa do Paraná em isentar de ICMS empresas com faturamento de até R$ 25 mil. “Se a Receita Federal tivesse essa mesma percepção de que quem gera maior arrecadação são as grandes empresas, poderia desonerar as pequenas sem diminuir sua arrecadação”, diz.”Além disso, é preciso simplificar a forma de registro e de baixa dessas empresas.”

*Fonte: Gazeta do povo do Parana

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