Geralmente em micro e pequenas empresas o presidente torna-se uma espécie de faz-tudo e existem diversas metas a serem atingidas ao longo de um ano. Somados os fatos de não haver muita infraestrutura e nem recursos disponíveis, poucos ou quase nenhum dos pontos estipulados é alcançado.
Segundo o consultor Christian Barbosa, da Triad PS Consultoria, o primeiro passo para evitar a perda de foco em meio às metas e aos planejamentos traçados é definir um objetivo central. “Geralmente ela é ligada ao lucro da empresa, mas é essencial estipular um para que seja cumprido no prazo de um ano”, aponta.
Barbosa costuma chamar a tática de sistema blackhole, buraco negro em português, que significa ponto central de energia no universo. “Sempre vi excesso de metas em empresas que trabalhei, por isso decidi aplicar o sistema de foco e compartilhá-lo com outros empresários.”
Depois de decidir o maior objetivo do negócio, o passo seguinte é delinear a métrica da meta. Por exemplo, quanto a empresa deseja crescer, o quanto isso vai gerar em retorno financeiro e em quanto tempo ela será atingida.
Em cima disso pode ser estruturado plano de ação estruturado com atividades de pequena duração, que deve ser mensurado a cada 30 dias.
“O ideal é marcar data, como o primeiro dia útil do mês e se reunir com a equipe a fim de realizar um balanço em cima do que foi feito para alcançar a meta”, explica o consultor.
Embora o empreendedor possa definir sozinho os objetivos e prazos de seu negócio, caso queira auxílio de uma consultoria, vai desembolsar entre R$ 500 e R$ 50 mil.
Porém, uma ferramenta mais econômica que pode servir de apoio à empresa é um software disponível no site da Triad que pode ser baixado de forma on-line para que o empresário faça teste gratuito por 30 dias.
Se aprovado, são cobrados R$ 12 por funcionário do empreendimento. “Ele define metas e cria planos de ação distribuindo outras metas para a equipe. É uma espécie de controlador do andamento dos objetivos da empresa”, conta Barbosa.
Por meio do software, chamado de Neotriad, é possível gerenciar tarefas, reuniões, calendário compartilhado, informações, contatos, gráficos de produtividade, projetos, metas, fóruns, arquivos e notícias, entre outros.
Pequenas companhias da região têm queda nas vendas
O faturamento das micro e pequenas empresas do Grande ABC diminuiu 1,3% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a abril, as vendas despencaram 5,3%.
Em valores absolutos, as 67.302 MPEs da região venderam em maio R$ 71 milhões a menos do que em abril e R$ 17 milhões a menos do que em maio de 2009, fechando o mês com receita de R$ 1,3 bilhão.
Isso é o que aponta levantamento mensal realizado pelo Sebrae-SP em todo o Estado de São Paulo. O resultado se deve principalmente à queda no faturamento da indústria, que de abril para maio registrou recuo de 3,4% no Estado.
Embora não haja segmentação para o Grande ABC, sabe-se que a indústria possui grande influência na região, por conta da quantidade de empresas do setor existentes nas sete cidades.
Segundo o consultor do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves, o recuo pode ser explicado pelo fim do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para veículos e linha branca em março. As vendas ao consumidor final acabaram sendo antecipadas e, consequentemente, recuaram nos meses seguintes.
“Os pedidos diminuíram devido a uma parada na produção. Como o Grande ABC tem participação maior na produção de bens intermediários, como plástico, borracha, estamparia e usinados, atuando principalmente como fornecedor de peças, houve diminuição no faturamento das empresas da região”, explica Gonçalves.
Os números, porém, não são desanimadores segundo o consultor do Sebrae-SP. “A expectativa de crescimento a taxas moderadas no segundo semestre não foi afetada”, aponta. Gonçalves ressalta que o aumento do faturamento não será muito distante do obtido no ano passado porque a essa época, em 2009, a economia já iniciava processo de recuperação.
O saldo do período ainda é positivo se comparado ao intervalo entre janeiro e maio do ano passado. Puxada pelo bom desempenho obtido no primeiro trimestre, a receita das MPEs cresceu 10,9% nos primeiros cinco meses do ano ante o mesmo período em 2009. Mais uma vez a indústria foi o carro-chefe: no mesmo intervalo, obteve crescimento de 21,3% em toda São Paulo.
Contrariamente ao movimento ocorrido no Grande ABC, o resultado das vendas das MPEs no Estado em maio, se comparado com o mesmo mês do ano passado, foi o melhor em 12 anos para maio, com alta de 13,4%.
O efeito está associado à retomada das atividades das empresas de micro e pequeno porte, com destaque para a indústria, que teve aumento de 23% no faturamento nos últimos 12 meses.
Quanto às expectativas de crescimento futuro, 40% dos proprietários de MPEs declararam esperar aumento no faturamento nos próximos seis meses e 35% acreditam que vão manter o nível de receita do negócio.
Fonte: Do Diário do Grande ABC