20 dicas para montar um negócio de sucesso – parte 3

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11. Acredite: não há tempo certo para empreender

Se você está esperando as condições perfeitas de temperatura e pressão para abrir seu negócio, a demora pode ser eterna. Um dos medos de quem tem vontade de se tornar um empreendedor é não saber identificar o tempo certo para isso. Perguntas como “será que eu já tenho o capital suficiente para montar o negócio almejado?”; “será que estou pronto para me tornar um empresário?”; “será que meu negócio vai decolar nas atuais condições econômicas em que se encontra o país?; rondam a mente dos empreendedores. “Não há tempo certo para empreender”, diz Marcelo Aidar, da FGV-SP. No entanto, as oportunidades, sim, se abrem e se fecham, e cabe ao empreendedor identificar quando há uma fenda por onde entrar. “A janela do empreendedorismo se abre e se fecha depois de determinados períodos. Se você chegar cedo e for muito vanguardista, a janela não estará aberta. Muitas vezes, um negócio não dá certo porque está muito à frente do seu tempo. O mesmo pode acontecer se você entrar no negócio depois de fechada a janela. Existem tipos de negócios ‘verdes’ demais, e outros maduros demais. O importante é saber identificar a oportunidade com precisão e não esperar as condições totalmente perfeitas. Sempre há tempo para empreender”.
Se o candidato a empreendedor ficar preocupado em se preparar melhor, ou acumular aquele investimento previsto, muitas vezes a oportunidade pode não acontecer. “Se você ficar colocando impedimentos e desculpas – como falta de dinheiro, casamento, chegada dos filhos, falta de maturidade do produto e de um sócio e o não fechamento de um bom contrato, por exemplo –, aguardando a situação perfeita para empreender, esse momento nunca vai chegar. A grande maioria dos empreendedores que colecionam histórias de sucesso não estava preparada para a experiência”, afirma Marcos Hashimoto, do Insper.
O mundo muda em alta velocidade e muitas vezes o empreendedor se diz pronto num momento em que a oportunidade aguardada já passou. “Se o mundo muda, você tem que estar preparado para se adequar às mudanças. Mas isso também não quer dizer que você tem que se atirar na iniciativa, ou seja, ser ousado demais. É necessário achar um ponto de equilíbrio”, acrescenta o professor do Ibmec.
12. Trabalhe o medo de errar

Um dos maiores medos enfrentados pelo empreendedor é o medo de errar. Esse medo geralmente surge da insegurança em tomar algumas decisões importantes que envolvem riscos.
“Se a pessoa nunca teve um negócio antes, toda a experiência é nova para ela. O risco sempre vai existir, mas podemos minimizá-lo. Buscar conhecimento ajuda a diminuir essa sensação de ter medo do novo”, diz Hashimoto.
A dica dada pelo professor do Insper se resume assim: assuma esses riscos, sabendo que você vai cometer erros. “Não parta do pressuposto de que empreendedores não cometem erros. O empreendedor vai tomar decisões equivocadas, vai errar e bastante. Mas existem muitas coisas na aventura de ter um negócio próprio que não são aprendidas nas escolas ou nos livros. Na verdade, a maior possibilidade de aprendizado está na prática, e isso significa tentar e errar, para depois tentar novamente de outra forma, até acertar. Portanto, para o empreendedor, cometer erros faz parte do processo de aprendizado”.
No entanto, é necessário cuidado máximo para não cometer erros que sejam fatais para o negócio. “Alguns erros podem ser definitivos e impedir uma outra chance para se tentar novamente, por serem críticos para o negócio. Iniciativas para reduzir a incerteza ajudam a identificar estas possibilidades mais críticas, para que estabeleçamos um limite para nossa capacidade de ousar e não colocar tudo a perder”, afirma Hashimoto.
Guilherme Alvernaz saiu do emprego em uma produtora e se tornou sócio da Oca Filmes. Segundo ele, o medo de errar pairou em sua cabeça durante todo o tempo em que refletiu a respeito da decisão de partir para um negócio próprio. “Realmente, dá muito medo de abrir um negócio no Brasil. Na época, eu estava contratado em outra agência, tinha salário fixo e algumas comodidades. Tive que driblar meu medo de errar para conseguir me desviar disso tudo e abraçar um negócio novo”.
Na opinião de Alvernaz, ao tomar a decisão de virar um empresário, ele percebeu que os aspectos positivos eram maiores do que as possibilidades de erros. “Eu levei em conta o fato de estar me aliando a profissionais que já tinham trabalhado comigo anteriormente e que seriam realmente meus parceiros. São pessoas que dão valor à questão dos prazos e à qualidade do trabalho. Isso me ajudou a ficar com menos medo de errar”.
13. Acredite em si mesmo

Para alcançar o sucesso no comando de um negócio, ter auto-estima é condição número um para o empresário. Muitas pessoas são tomadas por uma falta de confiança em relação à sua capacidade de concretizar essa meta. E, com isso, dão um passo para trás na hora de partir para voo solo. “É necessário ter crença em si mesmo”, ressalta Marcelo Cherto, “e garra para superar as dores de cabeça, pois os obstáculos irão surgir, principalmente em países como o Brasil, Argentina e México, onde a instabilidade faz parte do dia-a-dia das empresas. Nunca se sabe como o governo e a concorrência vão se comportar”.?Um dos exemplos positivos de auto-estima e crença em si mesmo é traduzido na história de sucesso de Elói Oliveira, presidente da Flytour, franquia de turismo premiada por trêz vezes na categoria Lazer do prêmio “As Melhores Franquias do Brasil”, realizado por Pequenas Empresas & Grandes Negócios. O gaúcho nascido em Esteio, interior do Rio Grande do Sul, fugiu de casa aos oito anos de idade e veio para São Paulo, onde viveu como menino de rua, vendendo pastéis, jornais, verduras e peixes. Aos 12 anos, no Rio de Janeiro, guardava e lavava carros em estacionamentos próximos ao hotel Copacabana Palace, até que arranjou um emprego como office-boy na agência de turismo Stella Barros. “Eu morei na agência durante algum tempo e foi lá que aprendi a ter boas maneiras, adquiri meus primeiros conhecimentos a respeito da área de turismo”.
Depois da experiência na Stella Barros, Oliveira ainda passou por mais duas empresas do ramo. Em 1970, fundou a E.D.O. Representações, que viria, mais tarde, a se chamar Flytour, que hoje conta com 50 lojas em todo o país. “Eu sempre acreditei que, quando uma porta se abre, temos que entrar. Hoje em dia, vejo que acreditar em mim mesmo ajudou a driblar as dificuldades e a construir uma história de consolidação e vitória”, diz o empresário.
14. Descreva suas metas

Quando o empreendedor está na dúvida e tomado por insegurança e medo sobre o caminho a seguir, esta dica pode ajudar: descreva os seus objetivos. Colocar num papel todas as suas metas, uma a uma, para que sejam sempre consultadas, ajuda-o a ter uma visão mais clara sobre o assunto. “Quando você começa a escrever suas metas, se obriga a ter as ideias mais claras. Com isso, você descobre os possíveis ‘buracos’, ou seja, os furos que ainda podem existir em seu projeto empresarial”, afirma Marcelo Cherto.
Escrever essas metas ajuda a esclarecer os objetivos de seu projeto, ou seja, quem será seu público-alvo, quais as características do produto ou serviço oferecido. Cherto mostra um exemplo de um grande empresário. “Ele conta que, quando começa a pensar em uma determinada idéia, escreve um press-release (comunicado à imprensa) com o intuito de fazer com que uma pessoa que não tenha nada a ver com o assunto entenda o que está sendo proposto”, diz o consultor.
Colocar as ideias no papel faz com que o empreendedor não esqueça mais seus alvos, os pontos levantados a respeito do negócio. “Ajuda-o a ter foco, com respostas para perguntas importantes como ‘o que eu quero?’; ou ‘aonde eu quero chegar?’”, afirma Cherto.
15. Focalize os objetivos, não os obstáculos

O medo de abrir um negócio faz muitos candidatos deixarem esse sonho para trás. Um dos problemas é a falta de foco em seus objetivos, vislumbrando somente os pontos negativos, ou seja, os empecilhos que podem fazer a empreitada não ter sucesso. “O empreendedor pode escolher dois caminhos: ter uma visão otimista ou uma visão pessimista a respeito de sua decisão. Quem olha pelo lado positivo, enxerga possibilidades. Já na visão pessimista, as limitações ganham destaque”, diz Marcos Hashimoto.
Marcelo Cherto destaca que a visão está ligada à questão da atitude do empreendedor. “Tem gente que é mais otimista, já outros são mais pessimistas, olham sempre a vida pelo lado negativo. Quando se é um verdadeiro empreendedor, tem-se um certo prazer em enfrentar empecilhos”. O consultor diz apreciar projetos desafiadores. “Eu gosto de novos desafios, mas tem gente que adora rotina, que prefere lidar com coisas previsíveis. O obstáculo é parte do projeto, é uma dificuldade que você tem que curtir, pois é uma grande oportunidade para você aprender e também para se diferenciar dos demais. A sensação de vitória é fantástica”.
Para lidar com esse medo, o segredo é ter persistência e foco no objetivo. “A dificuldade sempre será um ponto desfavorável. O importante é pensar sempre no objetivo, pois as dificuldades fazem parte do caminho. Se Cristóvão Colombo, quando estava viajando pelos mares do mundo, tivesse se intimidado pela primeira tempestade que ele enfrentou e retornado para o seu país, o navegador não teria descoberto a América”.
Thomas Edison, inventor da lâmpada, é um exemplo de aprendizado neste sentido, segundo o consultor. “Thomas Edison não conseguiria inventar a lâmpada se não tivesse insistido em seu objetivo. Ele costumava dizer, quando alguém o indagava sobre desistir dessa descoberta, depois de 10.000 tentativas frustradas: ‘Vou desistir agora, que já conheço 10.000 jeitos que não dão certo?’. Isso demonstra o quanto é importante ter fé em si mesmo, ter uma visão e uma atitude positiva perante a vida e seus desafios”.
Isso não significa que o empreendedor precisa achar que a vida tem que ser encarada sob o olhar da Pollyana, personagem da literatura que acha que o mundo é perfeito. “Você precisa ter a crença de que pode chegar lá. Essa auto-motivação tem que vir de dentro de você mesmo. Não espere que isso venha de fora”.

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Fonte: PEGN

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