Thorsten Landich, diretor de contas de uma companhia alemã de telecomunicações, recebeu recentemente pelo Facebook uma mensagem de um colega de trabalho com o assunto “Hi” (“oi”, em inglês) e um link para um endereço, semelhante a outros muitos que circulam pela rede social.
Landich não achou que fosse nada estranho, portanto, acessou o link confiando em que se tratasse de algo interessante.
“Aterrissei em uma página que me pedia que instalasse um programa e depois o PC desligou”, disse Landich.
Só no dia seguinte, quando outro amigo no Facebook o alertou, ele se deu conta de que seu computador tinha sido infectado por um vírus que agora se espalhava para todos seus contatos nessa rede social.
Os vírus e spams (lixo eletrônico) estão se propagando com rapidez em redes sociais como o Facebook e o Twitter, amparados pela pouca eficiência dos programas antivírus na internet e pela confiança na qual se baseiam as relações nestes sites.
Afinal, é difícil imaginar que um colega de trabalho esteja enchendo seu computador de vírus com uma mensagem aparentemente inocente no Facebook ou que o link para ver uma suposta foto contenha, na realidade, software nocivo e malicioso.
Landich não teve outra solução do que avisar a todos seus amigos no Facebook –alguns deles, contatos profissionais– que sua conta estava infectada com um vírus e que não abrissem nenhuma mensagem sua que contivesse com um link.
“Era um worm inofensivo que se instala na agenda de contatos”, disse Landich, que, felizmente para ele e seus contatos no Facebook, não envia mais o vírus inadvertidamente.
A maioria destes spams só busca direcionar os usuários a sites duvidosos, com o objetivo de aumentar seu tráfego, mas, em muitos casos, o internauta pode acabar passando por “maus bocados ou, inclusive, perder sua credibilidade diante de seus contatos.
Um worm que circula atualmente pela rede social Twitter se instala na conta da vítima, enviando a todos seus contatos, supostamente no nome do infectado, mensagens publicitárias da marca de roupas íntimas Victoria’s Secret.
Outro vírus que se espalha pelo Facebook consiste mais em uma brincadeira de mau gosto, que publica a foto de uma mulher com poucas roupas na página do perfil do usuário, certamente sem o consentimento do proprietário da conta.
**Centenas de links*
A multinacional de segurança na internet Sophos afirma que 21% dos internautas reconhece ter sido vítima de programas maliciosos que se espalham pelas redes sociais on-line.
A Kaspersky Labs, uma companhia russa especializada também em segurança na rede, afirma que há dias nos quais um em cada 500 links publicados no Twitter levam a páginas que podem instalar vírus no computador.
No Twitter, uma mensagem recentemente recebida por milhares de usuários convidava as pessoas a visitar um link ou blog com suposta informação ou fotos das vítimas. Outra versão prometia a possibilidade de ganhar um iPhone clicando no link incluído.
Por mais inocente que possa parecer, vários usuários caíram na armadilha. O vírus roubava das pessoas enganadas suas senhas de acesso à rede social, podendo, assim, acessar suas contas e se espalhar por seus contatos
Graham Cluley, consultor sênior de tecnologia da Sophos, recomenda às pessoas que sofrerem este tipo de ataque que mudem imediatamente sua senha.
“As contas em redes sociais afetadas são muito vulneráveis aos piratas virtuais, pois eles podem usá-las para espalhar campanhas de spam, roubar identidades on-line ou cometer outros crimes na rede”, disse.
O potencial de dano é grande porque, segundo estimativas da Sophos, cerca de 40% dos internautas utilizam as mesmas senhas para todos os sites aos quais têm acesso, colocando nas mãos dos piratas virtuais que as conseguem a chave de toda sua vida na internet.
Fonte: Efe